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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

CURRÍCULO MÍNIMO - BREVE CRÍTICA

          Qual é a política que temos por trás do currículo mínimo? Quais são seus objetivos? Qual a finalidade de um currículo específico à escolas públicas? Essa é uma forma alcançar os interesses da classe dominante.
          Quais interesses são esses e porque eles estão “presentes” em um currículo escolar? Será que um dos interesses seria uma escolarização básica de “qualidade mínima”, pelo menos? Há quem diga que esse é um dos interesses. O que não podemos deixar de perceber é que o maior objetivo desta criação é conquistar investimentos internacionais na área da educação.
          Mas será que essa é a melhor forma de conseguirmos passar com boas notas em avaliações como o PISA (Programme for International Student Assessment - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes)? O Estado acredita e prevê que dessa maneira alcançará seu maior objetivo: DINHEIRO.
          E para que seu currículo específico não venha a ser deixado de lado acabam por serem implantados em todo o sistema educacional outras ferramentas de controle que vão agir diretamente sobre as escolas e professores.


          Para a SEEDUC-RJ, o currículo mínimo tem por finalidade: Orientar, de forma clara e objetiva, os itens que não podem faltar no processo de ensino aprendizagem, em cada disciplina, ano de escolaridade e bimestre. Com isso, pode-se garantir uma essência básica comum a todos e que esteja alinhada com as atuais necessidades de ensino, identificadas não apenas nas legislações vigentes, Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais, mas também nas matrizes de referência dos principais exames nacionais e estaduais. (RIO DE JANEIRO, 2011a, p. 03).
          O currículo não é, portanto, um documento de transmissão desinteressada de conteúdos, é uma ferramenta de manipulação dos saberes, ou melhor, do que é interessante se saber. “Ele é a expressão das relações sociais de poder [...] em que um grupo está submetido à vontade e ao arbítrio de outros” (MOREIRA; SILVA, 2008, p. 28-29). O currículo mínimo não foi discutido de forma clara e expansiva e veio como uma imposição oficial do Estado, uma ferramenta de controle. “Mais uma prática de governo em que o Estado, com sua ação onipotente verticaliza suas políticas de currículo e reserva às escolas apenas o papel subordinado de implementação” (LOPES, 2006, p.35).

Deixo nessa postagem, a clareza de que tenho a visão, assim como muitos, de que currículo minimo tem o objetivo real de "formar" robozinhos para realizarem e quiçá passarem em provas, mas que não possuam criticidade sobre o mundo em que vivem, ficando a disposição do que o Estado impõe e manipula, o papel que eles querem que tenhamos.

VAMOS REFLETIR SOBRE QUAL SERIA O FUTURO QUE UM PAÍS COM ESSA "OFERTA EDUCACIONAL" QUE TEMOS NOS DIAS DE HOJE EM NOSSO PAÍS.
É ISSO QUE VAMOS DEIXAR QUE PROSSIGA? É ASSIM QUE VAMOS ALCANÇAR O QUE SERIAM REAIS OBJETIVOS EDUCACIONAIS? QUAIS AS QUALIFICAÇÕES QUE RECEBEMOS  NO GERAL, NA EDUCAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA E QUE PODEM NOS QUALIFICAR PROFISSIONALMENTE? (sem ter que usar de muita força de vontade, tempo e até mesmo dinheiro para estudar "individualmente").


Referências:

LOPES, Alice Casimiro. Discursos nas políticas de currículo. Currículo sem fronteiras, v.6, p.35-52, jul-dez. 2006. Disponível em: <http://www.curriculosemfronteiras.org/vol6iss2articles/lopes.htm> Acesso em: 03 de dezembro de 2013.

MOREIRA, A. F.; SILVA, T. T. Currículo, cultura e sociedade. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2008.

QUIRINO M, PEREIRA C, LEAL C, OLIVEIRA V. Políticas Curriculares: uma breve crítica ao Currículo Mínimo implantado no Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R1028-2.pdf> Acesso em: 03 de dezembro de 2013.

______. Educação lança currículo mínimo nas unidades de ensino. Secretaria de Estado de
Educação. 2011b. Rio de Janeiro, 11 de fevereiro de 2011. Disponível em:
<http://www.rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=353541> Acesso em: 03 de dezembro de 2013.